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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Crédito verde da BVRio impulsiona logística reversa

Primeiras negociações entre empresas e cooperativas de catadores de materiais recicláveis são realizadas pela Bolsa Verde do Rio de Janeiro. A compra de créditos garante a prática da logística reversa, estabelecida pela Política Nacional dos Resíduos Sólidos
     
 
Nick Wheeler/Creative Commons

 

A transação é simples. A cada tonelada de material coletado, triado e vendido, o catador apresenta a nota fiscal de venda à Bolsa Verde* e recebe um crédito por esta comercialização. Este crédito tem um valor variável, dependendo do tipo de resíduo coletado – vidro, papel, plástico, etc. Empresas interessadas em cumprir as novas normas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) podem comprar estes créditos e o valor é repassado ao catador. Desta maneira, a sociedade remunera as cooperativas pelos serviços ambientais prestados e a empresa faz a sua parte.

Este é um mecanismo de negócio lucrativo para os dois parceiros: enquanto catadores recebem incentivo financeiro para continuar o trabalho de coleta seletiva e reciclagem de resíduos, empresas cumprem seu papel ao implementar a chamada logística reversa de embalagens pós-consumo, ou seja, se tornarem responsáveis também por todo descarte que geram à sociedade com seus produtos, mesmo após a venda.

Para intermediar esta negociação, a Bolsa Verde do Rio de Janeiro - BVRio, uma associação sem fins lucrativos, desenvolveu o mercado de créditos de logística reversa. Já são mais de 100 cooperativas e 3.500 catadores cadastrados, espalhados por 15 estados brasileiros. Uma das principais metas da iniciativa é promover a emancipação econômica de catadores de resíduos.

A primeira negociação foi celebrada em abril deste ano e envolveu o Grupo Boticário e o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Para tal, foi utilizada a plataforma eletrônica da bolsa, a BVTrade.

A expectativa é que com este mecanismo o volume de créditos negociados chegue a 1.200 toneladas nos próximos meses. “Esta iniciativa é extremamente interessante e estratégica para concretizar a Política Nacional de Resíduos Sólidos”, afirmou Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente.

Outras empresas já se mostraram interessadas em negociar créditos na BVTrade, entre elas as Associações Nacional da Indústria de Biscoitos e a de Massas, Pães e Bolos (ANIB e ABIMA). A Bolsa Verde também opera um mercado de Créditos de Destinação Adequada de Pneus Inservíveis, assim como mercados florestais para cumprimento do novo Código Florestal Brasileiro.

*BVRio

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