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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Você sabe o que são PCBs?

Contaminante ambiental apresenta diversos riscos para a nossa saúde e para o meio ambiente


Bifenilos policlorados, conhecidos por PCBs (do inglês polychlorinated biphenyls), são misturas de até 209 compostos clorados, que variam de nome de acordo com a posição relativa dos átomos de cloro na estrutura. Foram sintetizados inicialmente por volta de 1800, na Alemanha, porém sua produção industrial foi iniciada a partir de 1922. Não existem fontes naturais dos PCBs. Por serem praticamente incombustíveis e apresentarem alta estabilidade e resistência, eles vêm sendo utilizados para diversos fins, como fluidos dielétricos em transformadores, condensadores e óleos de corte, lubrificantes hidráulicos, tintas, adesivos e etc.

Diversos estudos indicam que dos 209 congêneres possíveis de PCBs, somente 130 podem estar presentes nas misturas comerciais. Estas misturas foram produzidas em vários países, com diferentes nomenclaturas. No Brasil, foi comercializado com o nome "ascarel".



Nos Estados Unidos, os PCBs foram considerados como contaminantes ambientais em 1966. Devido ao grande impacto na saúde e no meio ambiente, o país baniu a produção de PCBs em 1979, e em 1988 seu uso em território estadunidense foi proibido. No Brasil, não existem registros da produção de PCBs, sendo todo o produto normalmente importado. Uma portaria interministerial de janeiro de 1981 proíbe a fabricação e comercialização em todo o território nacional, mas permite que os equipamentos instalados continuem em funcionamento até sua substituição integral ou a troca do fluido dielétrico por produto isento de PCBs.
Contaminação

As principais rotas de contaminação por PCBs no meio ambiente são:

• Acidente ou perda no manuseio de PCBs e/ou fluidos contendo PCBs;
• Vaporização de componentes contaminados com PCBs;
• Vazamentos em transformadores, capacitores ou trocadores de calor;
• Vazamento de fluidos hidráulicos contendo PCBs;
• Armazenamento irregular de resíduo contendo PCBs ou resíduo contaminado;
• Fumaça decorrente da incineração de produtos contendo PCBs;
• Efluentes industriais e/ou esgotos despejados nos rios e lagos.

Devido à sua grande estabilidade química e à ampla disseminação de produtos contendo PCBs, é comum encontrá-los no meio ambiente devido à descarga dessas substâncias por atividades humanas contaminantes do solo. A contaminação atinge os lençóis freáticos que acabam indo parar nos lagos, rios e oceanos, prejudicando peixes e outros seres vivos aquáticos. Os PCBs também são poluentes orgânicos persistentes (POPs), que se caracterizam por serem altamente tóxicos, por permanecerem no ambiente por muito tempo e por serem bioacumulativas e biomagnificadas.

Os PCBs se acumulam nas folhas e em outras partes de plantas, contaminando alimentos. Eles também contaminam organismos pequenos e peixes devido à sua descarga nos corpos d'água. Diversos estudos mostram que grande parte dos peixes que consumimos estão contaminados com os PCBs, entre eles se destaca o salmão de aquicultura (criado). Como resultado, pessoas que se alimentam desses peixes ou de outros alimentos contaminados são expostas a essas substâncias que se bioacumulam em seus tecidos.
Efeitos na saúde

Entre os danos à saúde humana, o mais comum é a cloracne: uma escamação dolorosa que desfigura a pele e que se assemelha à acne. Os PCBs também causam danos nos fígados, problemas oculares, dores abdominais, alterações nas funções reprodutivas, fadiga e dores de cabeça, além de serem potenciais cancerígenos. A criação de medicamentos hormonais que envolvem PCBs em sua produção também pode causar a disrupção hormonal, como no caso do xenoestrogênio em mulheres.
Evitando riscos

Para evitar a contaminação por PCB, que está presente em carnes, peixes e derivados de leite, através do processo de bioacumulação, é preciso tomar alguns cuidados. O PCB, quando não descartado corretamente, chega a rios e lagos, onde contamina peixes e micro-organismos. Ao se alimentar desses animais, ou beber a água desses rios e lagos, o animal ou o ser humano também se contamina. Uma alternativa é se alimentar mais de frutas, legumes e verduras orgânicas.

Opte também por peixes de origem natural em substituição aos criados em aquicultura, pois a diferença de concentração de PCBs entre os dois chega a quatro vezes mais. Uma boa opção no preparo de peixes é cortar a pele e a gordura visível, uma vez que os PCBs são armazenados na gordura. Pode-se também prepará-los com meios que reduzam significativamente a quantidade de gordura na carne, como fazer o peixe grelhado. É recomendado também que não ocorra um alto consumo de peixes, devido à grande taxa de contaminação por essas substâncias. O ideal, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), é a ingestão de duas porções por semana, a fim de evitar riscos.

Fonte: Ecycle - Química Nova, PCBs

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