Projeto de escola do Rio de Janeiro desafia estudantes a criarem a malha energética de uma cidade imaginária
Por André Bernardo - Nova EscolaBatizado de Parquépolis, um Desafio Energético, o projeto foi organizado em sete etapas. No primeiro momento, o docente apresentou a situação atual da matriz de energia elétrica brasileira e a comparou a de outros países por meio de uma apresentação com gráficos, diagramas e tabelas. Entre um slide e outro, os alunos fizeram perguntas e tiraram dúvidas sobre o cálculo da conta de luz, os recentes apagões e a importância da eletricidade para o dia a dia das cidades.
Em seguida, Fernandes explicou os cinco tipos mais comuns de usinas de energia: hidrelétrica, termelétrica, eólica, solar e nuclear. Ele detalhou o processo de produção e os riscos de danos ambientais de cada uma e analisou os casos da Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, e da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Brasil. Depois, exibiu o documentário Obras Incríveis - Itaipu, da National Geographic, que estimulou a discussão sobre a complexidade do processo de instalação de uma hidrelétrica de grande porte.
"Tive de desconstruir conceitos que os alunos reproduziam dos pais ou da mídia em geral. Alguns criticavam a energia nuclear sem argumentos sólidos, outros viam a eólica e a solar como perfeitas e não sabiam por que o governo não investia mais nelas", contou Fernandes. Lucas Travassos era um desses alunos. Até participar do projeto, acreditava que a energia eólica era a mais ecologicamente correta. Nas aulas com Fernandes, descobriu que as hélices usadas nesse modo de produção podem ameaçar aves migratórias e passou a pensar de forma diferente: "Toda fonte de energia, por melhor que pareça ser, tem seus prós e contras. O ideal seria mesclá-las para suprir a demanda energética de um local minimizando os riscos ambientais".
POR DENTRO DE PARQUÉPOLIS
Terminadas as aulas expositivas, começou o desafio: construir a malha energética de Parquépolis da maneira mais ecológica e socialmente sustentável possível. Divididos em grupos de cinco ou seis, os alunos receberam o mapa da cidade imaginária e um roteiro com o cronograma de atividades, além de informações sobre a capacidade de produção e o custo de cada tipo de usina de energia na moeda fictícia da cidade. Nesse momento, o professor deixou claro quais seriam os critérios de avaliação, já que os trabalhos seriam analisados não apenas por ele mas também pela própria turma.
As duas aulas seguintes foram dedicadas à construção dos projetos. Os alunos puderam consultar suas anotações sobre as aulas expositivas e sites indicados pelo professor, como o do Ministério de Minas e Energia e o Como Tudo Funciona. "Ao indicar sites confiáveis, o docente valoriza a pesquisa e não se coloca como único detentor da informação. Para estimular a autonomia, o ideal é que ele só esclareça dúvidas depois de esgotadas todas as tentativas dos alunos", indica Luciana Hubner, consultora pedagógica da Abramundo.
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