Trata-se de uma estratégia de empresas que programam o tempo de vida útil de seus produtos para que durem menos do que a tecnologia permite. Assim, eles se tornam ultrapassados em pouco tempo, motivando o consumidor a comprar um novo modelo.
[img1][capa][box-leia]
Os casos mais comuns de obsolescência programada ocorrem com eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis. É algo relativamente novo: até a década de 20, as empresas desenhavam seus produtos para que durassem o máximo possível. A crise econômica de 1929 e a explosão do consumo em massa nos anos 50 mudaram a mentalidade e consagraram essa tática. É uma estratégia "secreta" dos fabricantes para estimular o consumo desenfretado.
Esta reportagem foi produzida a partir da pergunta de Pedro Carvalho Couto Amorim, de Montes Claros/MG, leitor da revista Mundo Estranho.
VIDA BREVE
Atualmente, a principal justificativa das empresas para criar novos modelos de um produto é o avanço da tecnologia. Mas há quem duvide dessa explicação. O iPad 4 foi lançado apenas sete meses após o 3, por exemplo. Será que houve mesmo tantos progressos em tão pouco tempo? Uma ONG brasileira ligada aos direitos do consumidor chegou a processar a Apple.
IMPACTO AMBIENTALA troca regular de produtos aumenta a produção de lixo. E o lixo eletrônico contém metais pesados que podem contaminar o ambiente. Além disso, a obsolescência programada estimula a produção, o que gera mais gastos de energia e de matérias-primas, além da emissão de poluentes. Antes de trocar seu celular, pense bem: você realmente precisa de outro, só porque é novo?
NA PISTA PRA NEGÓCIOHoje, há duas versões do fenômeno. Uma delas é a obsolescência percebida: o consumidor considera o produto que tem em casa "velho" porque novos modelos são lançados a toda hora. Você notou que, mesmo no início de 2013, já era possível comprar um carro versão 2014? Isso desvaloriza modelos anteriores e estimula a troca, mesmo que o veículo de 2013 ainda funcione bem.
UMA IDEIA "BRILHANTE"O primeiro caso de obsolescência programada registrado é da década de 1920, quando fabricantes de lâmpadas da Europa e dos EUA decidiram, em comum acordo, diminuir a durabilidade de seus produtos de 2,5 mil horas de uso para apenas mil. Assim, as pessoas seriam forçadas a comprar o triplo de quantidade de lâmpadas para suprir a mesma necessidade de luz.
CONTAGEM REGRESSIVAOutro tipo atual de obsolescência, a funcional, ocorre quando o produto tem sua vida útil abreviada de propósito. O documentário The Light Bulb Conspiracy traz o exemplo de um consumidor dos EUA cuja impressora parou de funcionar - e consertá-la sairia mais caro que comprar uma nova. Ele descobriu que o fabricante incluía um chip que causava a pane após certo número de impressões.
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO? Para alguns, a obsolescência programada não existe. Alguns especialistas refutam a existência dessa prática. Para eles, os bens de consumo se tornam ultrapassados rapidamente pelo avanço da tecnologia - que dá saltos cada vez maiores. "Foi o caso dos primeiros computadores fabricados em grande escala. Os modelos 1.86 nem chegaram a existir, pois já estava em produção o modelo 2.86", afirma o doutor em marketing Marcos Cortez Campomar, da USP.
____________________
Consultoria João Paulo Amaral, pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec), Gisele da Silva Bonfim, bióloga, e Claudia Marques Rosa, bióloga.
Os casos mais comuns de
obsolescência programada ocorrem com eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis. É algo relativamente novo: até a década de 20, as empresas desenhavam seus produtos para que durassem o máximo possível. A crise econômica de 1929 e a explosão do consumo em massa nos anos 50 mudaram a mentalidade e consagraram essa tática. É uma estratégia "secreta" dos fabricantes para estimular o consumo desenfretado.
Esta reportagem foi produzida a partir da pergunta de Pedro Carvalho Couto Amorim, de Montes Claros/MG, leitor da revista Mundo Estranho.VIDA BREVEAtualmente, a principal justificativa das
empresas para criar novos modelos de um produto é o avanço da
tecnologia. Mas há quem duvide dessa explicação. O iPad 4 foi lançado apenas sete meses após o 3, por exemplo. Será que houve mesmo tantos progressos em tão pouco tempo? Uma ONG brasileira ligada aos direitos do consumidor chegou a processar a Apple.
IMPACTO AMBIENTALA troca regular de produtos aumenta a produção de
lixo. E o
lixo eletrônico contém metais pesados que podem contaminar o ambiente. Além disso, a
obsolescência programada estimula a produção, o que gera mais
gastos de energia e de matérias-primas, além da
emissão de poluentes. Antes de trocar seu celular, pense bem: você realmente precisa de outro, só porque é novo?
NA PISTA PRA NEGÓCIOHoje, há duas versões do fenômeno. Uma delas é a
obsolescência percebida: o consumidor considera o produto que tem em casa "velho" porque novos modelos são lançados a toda hora. Você notou que, mesmo no início de 2013, já era possível comprar um carro versão 2014? Isso desvaloriza modelos anteriores e estimula a troca, mesmo que o veículo de 2013 ainda funcione bem.
UMA IDEIA "BRILHANTE"O primeiro caso de obsolescência programada registrado é da década de 1920, quando fabricantes de lâmpadas da Europa e dos EUA decidiram, em comum acordo, diminuir a durabilidade de seus produtos de 2,5 mil horas de uso para apenas mil. Assim, as pessoas seriam forçadas a comprar o triplo de quantidade de lâmpadas para suprir a mesma necessidade de luz.
CONTAGEM REGRESSIVAOutro tipo atual de obsolescência, a funcional, ocorre quando o
produto tem sua vida útil abreviada de propósito. O documentário
The Light Bulb Conspiracy traz o exemplo de um consumidor dos EUA cuja impressora parou de funcionar - e consertá-la sairia mais caro que comprar uma nova. Ele descobriu que o fabricante incluía um chip que causava a pane após certo número de impressões.
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO? Para alguns, a obsolescência programada não existe. Alguns especialistas refutam a existência dessa prática. Para eles, os
bens de consumo se tornam ultrapassados rapidamente pelo avanço da
tecnologia - que dá saltos cada vez maiores. "Foi o caso dos primeiros computadores fabricados em grande escala. Os modelos 1.86 nem chegaram a existir, pois já estava em produção o modelo 2.86", afirma o doutor em marketing Marcos Cortez Campomar, da USP.
____________________
Consultoria João Paulo Amaral, pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec), Gisele da Silva Bonfim, bióloga, e Claudia Marques Rosa, bióloga.
Fonte: Mundo Estranho
Nenhum comentário:
Postar um comentário