A história
Com 103 anos de existência, a Monsanto é uma das maiores multinacionais do mundo e fornece produtos à base de organismos modificados geneticamente a gigantes como Coca-Cola e Pepsico. Seu controle ultrapassa 90% do mercado de sementes transgênicas, tornando-a responsável por um dos maiores monopólios já registrados. A empresa surgiu em 1901 e, com um crescimento vertiginoso, tornou-se a maior empresa de agricultura e biotecnologia especializada em engenharia genética. No Brasil, está presente há quase 60 anos.
A ameaça do monopólio
Seu crescimento dificulta a vida de pequenos produtores do mundo inteiro. Por contrato, as plantações dos que compram suas sementes podem ser vistoriadas a qualquer momento e nenhuma semente pode ser guardada, obrigando o produtor a comprar sempre novas levas e pagar royalties à empresa. Quem usa as sementes da Monsanto também se vê obrigado a usar os herbicida da Monsanto, aumentando a dependência.
Os riscos
Em 2009, um estudo do Journal of Biologycal Science conectou o consumo de milho transgênico a efeitos negativos no fígado e nos rins. Já um estudo da Food and Chemical Toxicology publicado em 2012 mostrou que ratos submetidos a uma dieta de organismos geneticamente modificados tinham mais propensão ao câncer. Polêmica, a pesquisa foi perseguida e sua metodologia foi contestada. No estudo, 200 ratos foram submetidos a dietas à base de milho convencional, de milho transgênico NK603 e de NK603 tratado com o herbicida RoundUp, ambos da Monsanto. Alguns atribuem o sucesso da contestação ao grande poder político da empresa.
O poder
A presença de nomes ligados à empresa na Agência de Proteção Ambiental e no Comitê Consultivo do Presidente Obama para Política Comercial e Negociações mostram que executivos da Monsanto estão em cargos estratégicos nos Estados Unidos. Além disso, ela tem posições funcionais em universidades do país inteiro, como a Washington University e a South Dakota State University. Seu investimento em instituições públicas de ensino também serve como moeda de troca para pesquisas técnicas e científicas com um viés favorável.
As boas relações políticas renderam vantagens que vão além da agricultura, como a aprovação do “Hormônio de Crescimento Bovino”, desenvolvido pela Monsanto para incentivar a produção de leite em vacas. Depois da polêmica autorização pelo Food and Drug Administration (FDA), funcionários ligados a Monsanto que trabalhavam no FDA foram investigados por formação de lobby, mas não foram incriminados por falta de provas.
O direto a saber
Semelhante a recente polêmica envolvendo a mudança no rótulo dos transgênicos no Brasil, em 2012 os Estados Unidos tentaram promulgar, na Califórnia, uma lei obrigando as empresas que vendessem produtos com transgênicos em sua composição a instalarem rótulos visíveis informando o fato. A Monsanto investiu, sozinha, 8,1 milhões de dólares em campanhas contra a iniciativa que no fim não prosperou. Quem mora na California permaneceu sem saber a procedência do alimento que está ingerindo.
O poder militar
Lançado nas plantações do Vietnam pelos Estados Unidos na guerra, o Napalm, ou Agente Laranja, era fornecido pela Monsanto. Há ligações entre a empresa com forças militares mercenárias que fornecem serviços de espionagem sigilosos. A Monsanto já recorreu a essas empresas privadas de inteligência militar para infiltrar-se em ONGs, entidades protetoras dos animais e movimentos sociais.
Aos que querem saber mais, e ampliar o debate sobre as consequências dos transgênicos, da biotecnologia e da agroquímica, vale assistir os filmes “Food Inc”, “The future of Food”, “El Mundo Según Monsanto” e “Seeds of Free”. O site oficial da Marcha Mundial Contra a Monsanto pode ser acessado aqui.
Fonte: Teia Orgânica
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