Todo ano 75 bilhões de toneladas de solo fértil se perdem. Só no Brasil, milhões de hectares de terra se tornam improdutivos anualmente graças ao mau uso do solo.
A situação é tão grave que a ONU declarou 2015 o Ano Internacional do Solo. O desflorestamento e o excesso de pastos fazem com que a seca esteja em diversos cantos da terra, o que torna a estimativa para daqui a 50 anos, péssima, ameaçando a presença de água, grama, árvores, alimentos. Diante desse cenário apavorante, o que nós podemos fazer? A resposta é simples e está no lixo: compostagem. Em casa ou em apartamento, temos como criar solos férteis e um chorume precioso para o crescimento de plantas. Tudo isso usando o que colocaríamos fora e que andaria 100 km em um caminhão para ser enterrado em um buraco e inutilizado.
A compostagem nada mais é do que um fertilizante orgânico: através de um processo biológico, a matéria orgânica é transformada em um composto que pode ser utilizado como adubo. Ao fazermos uma composteira, criamos um depósito para o material orgânico e damos uma finalidade adequada a pelo menos 50% de nosso lixo doméstico. O processo é simples e garante o sucesso de uma horta caseira (aqui já ensinamos a fazer uma em vasos). Outra alternativa aos que moram em prédios ou condomínios é fazer umacomposteira coletiva – e por que não propor uma horta comunitária também?
A composteira que ensinamos a ser feita aqui foi indicada por Milena Vilma Ventre, do coletivo Cidades CriATIVAS, que aprendeu com o Daterra, instituto ambiental de Estância Velha, e dividiu conosco na oficina de Hortas Urbanas do Bonobo Café Vegano.
Preço: cerca de R$ 5.
Material necessário: dois galões de água de 20 litros.
1. Corte a parte superior de um dos galões, abaixo da primeira tira.
2. Corte o segundo galão na base.
3. O segundo galão deve ser encaixado no primeiro galão, que fica no topo.
4. A parte do primeiro galão cortada anteriormente é utilizada como tampa.
5. Para evitar a entrada de insetos no galão, tape cada um dos bicos com uma telinha de sacola feira e um atilho.
Na parte de cima do galão, coloca-se o lixo. O material orgânico fica, enquanto o chorume pinga no galão de baixo. O lixo deve ser colocado pensando sempre na seguinte medida: 3 medidas de carbono para uma de nitrogênio. Em uma semana o chorume está pronto e pode ser utilizado, já o composto orgânico pode começar a ser retirado e colocado na terra depois de dois meses.
O que é carbono: folhas secas.
O que é nitrogênio: restos de frutas, legumes, borra de café, mate, cascas de ovo. Quanto mais picados eles entram, mais rápido se decompõem.
Como usar o chorume: o chorume que desce para o segundo galão deve ser diluído em água e borrifado nas terra onde se encontram as plantas semanalmente. A medida é 1 para cada 20 de água, ou seja 20 ml do chorume em 1 litro. Se você for borrifar uma árvore, a medida pode ser 1 por 10.
Para entender melhor e saber mais, a Milena indica os seguintes vídeos:
Dúvidas comuns:
Posso colocar cinzas?
É possível colocar cinzas, desde que sejam de cigarros como palheiro ou da lareira, e não de cigarros convencionais.
E se a composteira estiver com cheiro ruim?
Possivelmente está entrando pouco ar ou é mal sinal na decomposição. Coloque mais folhas secas e mexa o que está bem embaixo, inserindo as folhas ali e mantendo a proporção 3/1.
Devo pegar folhas recentemente secas?
Não. Na hora de escolher as folhas secas, escolha as mais decompostas, que já estão cheias de microorganismos.
Em que parte da minha casa deve ficar a composteira?
No verão, a composteira deve estar na sombra. No inverno, pegando um pouco de sol. Evite chuva.
Fonte: Teia Orgânica
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