O projeto ambicioso – chamado New York State, ou Nova Iorque Estável – está sendo tocado por um centro avançado de pesquisas urbanísticas sem fins lucrativos chamado Terreform. A intenção de arquitetos e urbanistas da instituição é determinar como uma cidade como Nova Iorque, com mais de oito milhões de habitantes, poderia num futuro bem próximo produzir tudo o que consome: desde alimentos, passando pelo fornecimento de água, energia elétrica e combustíveis. E incluindo, claro, cuidados com saúde, transporte, saneamento básico, cultura e empregos.
“É uma questão da cidade assumir a responsabilidade pelos próprios efeitos sobre o planeta”, resume o arquiteto responsável pelo projeto, Michael Sorkin. “Nova York é um bom lugar para começar, porque os nova-iorquinos – como a maioria dos norte-americanos – são ávidos consumidores”.
Os estudos já duram seis anos e revelaram, logo de cara, que para manter a autossustentabilidade da metrópole seriam necessárias 25 usinas nucleares. Um problema gigante, assim como vários outros quebra-cabeças a serem resolvidos.
O carro-chefe da auto-suficiência da cidade será a alta capacidade de produção de alimentos com a agricultura urbana praticada nas praças e jardins da metrópole e até mesmo em edifícios com fazendas verticais.
Uma cidade autossustentável também será mais amigável com seus habitantes. “Estamos dando atenção a todos os tipos de recursos que pensamos serem mal utilizados na cidade, como as ruas”, diz Sorkin. “Imagine se as ruas deixassem de ser o reino dos automóveis para se tornarem o reino dos pedestres: poderia haver fazendas, creches e todos os tipos de serviços públicos”.
A grande contribuição por trás do projeto visionário da Terreform, entretanto, será a produção de um inventário inédito e detalhado de boas práticas que poderão ser muito úteis para o planejamento de metrópoles. Incluindo as nossas caóticas cidades brasileiras. “Estamos compilando uma enciclopédia das tecnologias e morfologias que poderiam ser usadas pelas cidades ao redor do mundo interessadas em caminhar na direção de sua autonomia”, conclui Michael Sorkin.
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