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terça-feira, 3 de junho de 2014

Mais cidades para pessoas

Levar a sustentabilidade para as metrópoles inclui necessariamente a reapropriação dos espaços públicos e uma nova visão do planejamento urbano. Reunidos em São Paulo, em evento organizado pelo WWF-Brasil, especialistas discutem como cuidar e viver bem em nossas cidades.



O espaço urbano brasileiro sempre privilegiou os automóveis. Grandes avenidas foram construídas, rios canalizados e centros públicos de convivência nunca fizeram parte de planos diretores. Com a saturação das cidades e o caos da mobilidade, novas formas de viver e conviver precisam ser pensadas - e sobretudo, colocadas em prática.

Na mesa-redonda Cidades Sustentáveis, realizada pelo WWF-Brasil esta semana em São Paulo, temas como Pegada Ecológica, Política Nacional de Resíduos Sólidos, Construções Sustentáveis, Mobilidade Urbana e Desafio das Cidades foram debatidos. O moderador foi o empresário e político Fabio Feldman.

Entre os principais pontos defendidos por especialistas estão:
- O planeta está conectado. O que acontece na Amazônia tem impacto sobre outras cidades, como São Paulo, por exemplo;
- O conceito de valor compartilhado deve guiar a nova economia;
- Se não houver solução de longo prazo e conscientização sobre a gravidade da crise hídrica no sudeste, São Paulo ficará sem água;
- A pegada ecológica precisa ser reduzida, pois o planeta não aguenta mais a pressão humana;
- Cidades sustentáveis só serão possíveis com hábitos e cidadãos sustentáveis;
- Políticas públicas devem ser fomentadas para facilitar a transição das pessoas para a prática de atitudes mais sustentáveis;
- Consumo responsável depende da maior oferta de opções sustentáveis na prateleira;
- Não basta que construções sejam sustentáveis, elas precisam levar em conta custo, ecoficiência e a sociedade;
- Produtos sujos têm de pagar pelas externalidades, ou seja, pelos danos causados ao meio ambiente e à sociedade;
- Por último, problemas são globais, mas as soluções devem ser locais.

Para Renata Falzoni, diretora de comunicação do Instituto Pedala Brasil, a mobilidade sustentável deve ser baseada nas pessoas e não nos veículos. "As cidades devem ser movidas por pessoas", disse. Idealizadora do projeto Bike é Legal, ela acredita que a bicicleta é uma grande ferramenta de conexão entre o ser humano e o espaço público. Renata citou um estudo do Institute for Transportation and Development Policy (ITDP), organização americana que elaborou os Princípios do Desenvolvimento Orientado do Transporte, resumo didático do que deve ser feito para solucionar o problema de mobilidade, equidade e qualidade de vida nas cidades.

Confira o que o documento prega:
1. Caminhar e usar a bicicleta;
2. Conectar pessoas através de rede de trajetos a pé, ciclovias e transporte público;
3. Reduzir oferta de vagas para veículos e aumentar o preço de estacionamentos;
4. Adensar áreas urbanas no entorno de estações de transporte público, com uso comercial e residencial e;
5. Misturar e compactar bairros de maneira a facilitar inclusão social e econômica da população.


Fonte: *WWF-Brasil
Bike é Legal
Institute for Transportation and Development Policy

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