Com o início da Copa do Mundo no Brasil, o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) promove o Plano de Ação Nacional
(PAN) para a conservação do tatu-bola, mascote oficial do evento. O PAN
Tatu-bola tem como objetivo a redução do risco de extinção do Tolypeutes
tricinctus, o tatu-bola-do-Nordeste, e a avaliação adequada do estado
de conservação do Tolypeutes matacus, o tatu-bola-do-Centro-Oeste.
O tatu-bola faz parte de um grupo de 11 espécies de tatu existentes
no Brasil e é primo do tamanduá e das preguiças. As principais ameaças à
sobrevivência são, principalmente, a caça predatória e destruição do
habitat causadas pela expansão da agropecuária, intensificada na última
década.
Ele ganhou esse nome pois tem três cintas móveis no dorso, que o
permite fechar completamente sua carapaça, formando uma bola. Esse é seu
mecanismo de defesa contra predadores naturais.
O T. tricinctus, espécie exclusivamente brasileira, vive nos
ambientes da caatinga e cerrado e integra a Lista Oficial das Espécies
da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, classificada como “em
perigo”, e a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da
Natureza (IUCN), na categoria “vulnerável”.
A meta do ICMBio, durante os cinco anos de vigência do plano, é
reduzir o risco de extinção do T. tricinctus, elevando-o, pelo menos, à
categoria de “vulnerável”
Já o T. matacus habita o Pantanal e áreas vizinhas de cerrado, porém é
mais comum na Bolívia, Argentina e no Paraguai. Com o PAN, essa espécie
será mais bem estudada, uma vez que se encontra na categoria Dados
Insuficientes, por falta de informações em sua área brasileira.
Para atingir a meta, foi criado um Grupo de Assessoramento
Estratégico e estabelecidas 38 ações, em seis objetivos específicos:
atualizar as áreas de ocorrência das espécies de tatu-bola e avaliar
suas principais ameaças; mobilizar as comunidades locais e a sociedade
em geral, sobre a importância da proteção da espécie; ampliar o
conhecimento sobre a biologia e a ecologia para o direcionamento de
estratégias de conservação; ampliar, qualificar e integrar a
fiscalização para coibir a caça; reduzir a perda de habitat nos próximos
cinco anos e promover a conectividade entre as populações do
tatu-bola-do-Nordeste.
Os PANs são instrumentos de gestão para troca de experiências entre
entidades com o intuito de orientar as ações prioritárias para
conservação da biodiversidade. É uma ferramenta definida pelo governo a
partir do Programa Pró-Espécie, instituído em fevereiro deste ano, que
busca minimizar ameaças e o risco de extinção de espécies.
Existem, no momento, 44 planos de conservação de espécies ameaçadas
sendo implantados pelo ICMBio em todas as regiões do Brasil, envolvendo
362 tipos de animais dos biomas marinho, Caatinga, Cerrado, Amazônia,
Pampa e Pantanal.
O PAN Tatu-bola foi anunciado formalmente em 22 de maio, Dia
Internacional da Biodiversidade, com outras medidas do Ministério do
Meio Ambiente para a preservação de espécies ameaçadas, incluindo o
tatu-bola. O pacote de ações de proteção da fauna brasileira foi
publicado no Diário Oficial da União.
A elaboração do PAN Tatu-bola foi coordenada pelo ICMBio, com o apoio
da Associação Caatinga e do Grupo Especialista em Tatus, Preguiças e
Tamanduás da IUCN e colaboração de representantes de outras 15
instituições. O plano será coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e
Conservação do Cerrado e Caatinga, com coordenação executiva da
Associação Caatinga.
Edição: Denise Griesinger
* Publicado originalmente no site Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário