Empresa americana já reciclou milhões de cigarros; no Brasil também há várias iniciativas interessantes na área. |
Já reparou naquela turma animada, sempre reunida na
porta do barzinho, fumando? Ou naquele colega da firma, que aproveita o
horário do almoço para acender seu cigarrinho a caminho ou na volta do
restaurante? Ao terminarem suas pitadas, muitos dessa turma ou seu
colega de trabalho, provavelmente, descartarão suas bitucas... na rua! E
elas representam nada menos do que 37% de todo o lixo que é jogado no
chão.
Às vésperas do Dia Mundial sem Tabaco,
entretanto, vamos aproveitar para divulgar notícias promissoras sobre o
tema. Felizmente, as tecnologias de reciclagem estão cada vez mais
desenvolvidas. A TerraCycle,
fundada pelo empresário norte-americano Tom Szaky, levou adiante o
primeiro programa de reciclagem de bitucas de cigarro em grande escala. O
principal objetivo é transformá-las em plástico, a fim de que sirvam
como matéria-prima para outros produtos.
Para
viabilizar o processo, é preciso seguir alguns passos. O primeiro deles
é a coleta e o envio do resíduo, de graça, para a sede nacional da
TerraCycle. A partir daí, as cinzas passam por um sistema de
esterilização e dissecação e, em seguida, são misturadas ao papel e ao
tabaco, assim que o acetato de celulose - material presente no filtro - é
fundido e reciclado. Em troca, os voluntários acumulam pontos para que
possam financiar projetos de instituições de caridade ou escolas.
O
sucesso do projeto tem superado as expectativas, de acordo com seu
idealizador, já que foram recuperados, até agora, mais de um milhão de
cigarros. A indústria do tabaco mostrou entusiasmo e esse interesse
resultou na expansão do programa para a Europa, em países como Alemanha,
Noruega, Dinamarca, França, Suíça, Áustria, Suécia e Finlândia.
No Brasil
Pensando
em minimizar os prejuízos ambientais causados pelo descarte inadequado
de bitucas, diversas iniciativas surgiram nos últimos anos. É o caso
da Bituca Verde.
O foco inicial da empresa era simplesmente fornecer cinzeiros
específicos para a coleta de bitucas. Porém, a pouca educação
sustentável de alguns fumantes e a crescente necessidade de reciclagem
desses resíduos permitiram que o negócio se expandisse.
Descarte no lugar certo
A
Bituca Verde criou a PAB (Ponto de Armazenamento de Bitucas), um
recipiente para depósito das pontas descartadas. Por armazená-las livres
de outros dejetos, a PAB permite que as bitucas sejam reutilizadas,
transformando-as em resíduos de coleta seletiva.
Outro
projeto muito legal nessa área é tocado por três estudantes da Etec
(Escola Técnica Estadual) de Heliópolis, em São Paulo. Eles utilizaram o
recipiente da Bituca Verde em seu próprio projeto de reciclagem.
Também “inspirados” pela sujeira nas cidades, Alan Melo, Gabriel Anísio
e Vinícius de Souza resolveram encontrar um destino ecologicamente
correto para os tocos de cigarro.
Acabaram por
desenvolver um papel ecológico feito desses restos. Para produzir sete
folhas de papel são necessárias por volta de 300 bitucas e, pasmem, o
preço não passa de R$ 0,25. Depois de retirar o odor de tabaco com uma
solução à base de soda cáustica e água oxigenada, eles adicionam
pequenas sementes à pasta de celulose. Dessa forma, o papel se
transforma em papel semente e pode ser plantado. O projeto foi batizado
naturalmente de Sementuca.
As bitucas também são alvo de ações da empresa social Recicleiros, que criou o Bota Bituca,
um cinzeiro individual de bitucas. O diferencial é o ideal de
conscientização que cerca as atitudes do projeto. Para promover seu
produto, o pessoal da Recicleiros criou até mesmo um lema: “I Bin It”
que, traduzindo, significa “Eu jogo no lixo”.
Além
de disponibilizar algo útil para os fumantes, a empresa ajuda a
disseminar a consciência ambiental. E assim vai ficando cada vez mais
difícil ter desculpas para jogar bitucas no chão. O planeta agradece!
Fonte: Bayer Jovens
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